quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Amor

Bem, eu já contei minha história um milhão de vezes, para todo o tipo de pessoas, para quem eu encontro durante a vida e resolvi, mais uma vez, contá-la a quem quiser ler. Eu sempre fui uma garota de amores rápidos. Apaixonava-me instantaneamente pelas pessoas, histórias que não duravam mais que um mês, porque logo eu já estaria caindo de amores por outra pessoa. Nunca havia imaginado que algum dia iria conhecer um garoto que fosse mudar a minha vida, porém, o destino tinha alguns planos pra mim... Conheci um menino, que irei chamar aqui de José. Ele não era nem um pouco o tipo de garoto por quem eu me atraía. Eu jamais cairia de amores por ele, logo eu, que era completamente ligada à aparência física e à beleza exterior. Mas havia algo de muito diferente nele, e eu nunca soube dizer o que era. Depois de algum tempo, ficamos amigos. Tínhamos tantas coisas em comum! E alguns meses depois, me vi perdidamente apaixonada por José. E agora? Eu pensava. Estava aflita, não sabia o que fazer, não sabia como agir. Por sorte, pouco tempo depois, José confessou estar apaixonado por mim também. E naquele momento eu me senti a garota mais feliz do mundo, mesmo que isso parecesse clichê demais. Começamos a namorar, e o namoro durou anos. Éramos loucos um pelo outro, eu estava cega de amor. Talvez tenha sido isso que levou nosso relacionamento ao fim: a loucura em demasia. Amor em excesso, digamos assim. Um tipo de obsessão era exatamente o que eu tinha. Ver José conversando com outras garotas me irritava, me fazia brigar com ele. Ouvir José falar de suas amigas era algo fora de cogitação. Eu estava insana.Terminamos, cada um com um nó em sua garganta, eu prendendo o meu choro ao máximo. E nos afastamos. Fiquei longe de José por incontáveis meses, nem eu mesma sei dizer quanto tempo durou. Até que um dia ele me procurou de novo. Voltamos a nos falar e eu estava muito feliz, nunca o tinha esquecido. Mas algo em mim havia mudado, e eu não sabia o que era.José havia me contado que estava com outra, seu nome era Beatriz. Ótima garota, ele dizia. Primeiramente, eu fiquei com ódio, com ciúmes, desejando que a garota sumisse do planeta! E então, afastei-me dele novamente. Era doloroso demais ver o meu José com outra pessoa.Muito tempo se passou, e novamente, nos falamos novamente. Foi o máximo! Ficamos amigos e eu senti alguma coisa muito boa dentro de mim. O que seria aquilo? Era amor, enfim. O mais puro amor que eu poderia sentir por alguém. Não era mais loucura ou obsessão. Era amor o que eu nutria por José. Saber sobre ele me deixava feliz, receber notícias dele fazia meu coração bater mais forte. E ele ainda estava com a Beatriz. E eu não me importei tanto. Tinha percebido que o amor só quer o bem, nunca o mal. Eu só queria que José fosse feliz, mesmo que não fosse comigo. Eu só o queria sorrindo. E quando pensei nessas coisas, senti uma paz, aquela que vem do fundo da alma. Uma tranquilidade serena. Um alívio no peito. Eu estava amando de verdade. Em algum momento, José disse que ainda me amava, e eu disse o mesmo a ele, porém completei dizendo que acima de tudo, estava feliz. Ele não entendeu, jamais entenderia o que eu estava sentindo. Continuei amiga de José e durante todo esse tempo, muitas coisas passaram-se pela minha cabeça. Eu o amava, disso eu tinha certeza. Eu seria capaz de dar a minha vida por ele, seria capaz de sacrificar a minha felicidade por José. Eu aprendi que quando amamos, temos que deixar a pessoa livre. Temos que deixá-la ir. O amor não é uma prisão, não são algemas presas juntas à grade. O amor é liberdade. É querer bem sem aprisionar. Aprendi a deixar de ser egoísta e pensar um pouco mais nas outras pessoas. E Beatriz? E os sentimentos dela? E o amor dela, não contava? Por que o amor dela era diferente do meu? Eu não sabia o quanto ela o amava, por isso não podia julgá-la, e muito menos, tentar arruinar sua chance de ser feliz. Mesmo sendo com o homem que eu amo. Aprendi também que acima de tudo, amor é compreensão. É entender que tudo bem ter de abrir mão da própria felicidade às vezes. E principalmente, entender que o amor é sublime. Resiste ao tempo. Às barreiras. Alguns anos se passaram desde que voltei a ser amiga de José. E o meu amor por ele? Continua aqui, intacto, guardado dentro do peito. Aprendi a acreditar no destino, eu vi por experiência própria que o que é seu, não importa quanto tempo demore, volta. Talvez não do jeito que você queira ou espere, mas volta. E nada, nada nesse mundo, pode tirar essa tranquilidade que habita meu coração. A satisfação de ver quem eu amo sorrindo. Sem ter que sentir remorsos, tristeza, decepção. O amor não é isso. Não, não. O amor é atravessar as barreiras do próprio orgulho. Nunca na vida vou amar alguém como José, eu sinto isso dentro de meu coração. Mas não fecho as portas pra outras pessoas, porque não sei o que está por vir. A única coisa que tenho certeza é de que amo, e mesmo diante das circunstâncias, amar é algo maravilhoso. A maior lição que consigo tirar do que vivi é: não desista jamais do que almeja. Não importa o quão difícil pareça. E se for realmente amor, mesmo que não dê certo, em alguma hora você vai enxergá-lo de uma outra forma, como um amor que compreende, assim como eu. Mas não desista, porque por um outro lado, ainda há 50% de chances de dar certo!


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